04. Estudo do Texto Literário
Questão 1
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO C
RESOLUÇÃO
É correta a opção [C], pois o fragmento destacado é revelador de reflexões amargas e da desilusão de Policarpo sobre os três projetos (linguístico, agrícola e político) que havia idealizado para o Brasil e não tinham dado certo. Ridicularizado por todos e acusado de traição à pátria, tem consciência de que o país que sonhara nada tinha a ver com a realidade que o cercava e todos os seus esforços haviam sido inúteis e ingênuos.
Questão 2
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO E
RESOLUÇÃO
No poema de Cassiano Ricardo, o eu lírico renega comportamentos reveladores de melancolia, resignação e inércia face às dificuldades materiais e psicológicas da vida. Ao contrário, reage ao estabelecer uma relação de perseverança e coragem no contexto de estagnação histórica e social em que vive. Assim, é correta a alternativa [E].
Questão 3
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO B
RESOLUÇÃO
No poema de Bilac, o eu lírico exalta as belezas naturais do Brasil ("Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta!") e a capacidade produtiva da terra ("Boa terra! Jamais negou a quem trabalha/ o pão que mata a fome, o teto que agasalha"). Os versos "Quem com o seu suor a fecunda e umedece. / vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!" expressam a opinião do poeta de que a exuberância da terra permitia por si só a prosperidade individual, independentemente de políticas do governo. Assim, é correta a opção [B].
Questão 4
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO D
RESOLUÇÃO
O poema "Aquarela" de Cacaso, expressão de resistência e protesto ao período de ditadura militar da década de 70, faz uma descrição alegórica de uma cena de tortura. O substantivo "cavalete alude ao instrumento de tortura, ao mesmo tempo em que remete ao tripé utilizado para apoiar a tela. A aquarela é pintada com cores feitas de sangue, em vez do verde, amarelo e azul da bandeira nacional, representativas das belezas e recursos naturais do país, até se diluírem no negro com que termina o poema. A alusão ao verso "a brisa do Brasil beija e balança” do poema "Navio Negreiro", de Castro Alves, remete também a outro momento da História do Brasil em que as causas abolicionistas e o apelo à liberdade foram acompanhados de manifestações de protesto e resistência. Assim, é correta a opção [D].
Questão 5
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO D
RESOLUÇÃO
O trecho da alternativa "d" tem os elementos que caracterizam a referida figura de linguagem (o oximoro), que se evidencia por meio dos vocábulos: "matança/vida, viver/morre''.
Questão 6
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO D
RESOLUÇÃO
No fragmento (texto 2) de teoria literária, o autor faz uma análise sobre a obra de Augusto dos Anjos, apontando um engano do leitor, ao reduzir sua poética a textos conhecidos como macabros e doentios, mostra que a frieza, a impessoalidade e o comportamento analítico, típico dos cientistas, está presente em seus poemas. O texto expressa o encontro do sujeito poético com a consciência, simbolizada na forma do morcego. Embora essa figura nos remeta às estórias de terror, não está presente no poema, para conseguir a atenção do leitor. Assim, como o morcego pode entrar em nosso quarto sorrateiramente, a consciência pode adentrar nosso ser. A alternativa correta é a letra D.
Questão 7
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO B
RESOLUÇÃO
Os dois últimos versos do poema ("Que a vida passa! que a vida passa! E que a mocidade vai acabar') enfatizam a efemeridade da vida, o caráter transitório do momento percebido na paisagem bucólica e propícia à meditação em que o eu lírico está imerso ("E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar: /Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um /bodezinho manhoso").
Questão 8
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO A
RESOLUÇÃO
Em "Aquele bêbado, o personagem decidiu que iria deixar de consumir álcool, mas acabou por morrer de "etilismo abstrato". O paradoxo da expressão revela o uso metafórico do verbo "beber" para descrever a atitude apaixonada de quem se entrega às sensações para admirar intensamente o espetáculo da vida e usufruir do prazer pleno que as múltiplas e variadas manifestações artísticas lhe provocavam. Assim, é correta a opção [A].
Questão 9
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO B
RESOLUÇÃO
Ao descrever o andar dançante das duas mulheres, o eu lírico capta com a sua sensibilidade o movimento sincopado, em passos curtos e rápidos, o ritmo ditado pela velocidade cosmopolita. Na combinação dos tecidos, morin e seda, fundem-se o algodão da terra com o fio da seda estrangeira, revelando a heterogeneidade da cultura brasileira através da mistura de raças e culturas. Assim, é correta a alternativa [B].
Questão 10
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO C
RESOLUÇÃO
Em A hora da estrela, Clarice Lispector cria um personagem, autor-narrador, que fala de sua própria obra e busca nela e, com ela, conhecer-se. O uso da função metalinguística e a linguagem intimista reveladora de conflitos existenciais ("Os dois juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo") revelam a busca de uma resposta que parece inatingível. Assim, é correta a opção [C].
Questão 11
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO D
RESOLUÇÃO
[A] Os sonetos, o vocabulário requintado, versos metrificados fazem parte do Simbolismo, porém, o modernismo rompe com tudo isso. [B] Não há eu lírico empenhado em resgatar a estética Simbolista, porque Augusto dos Anjos cria uma estética própria, mais mórbida que sensual. [C] Este vocabulário de cunho mórbido não restitui a visão naturalista, mas caracteriza o soneto como sendo do poeta paraibano. [D] Correta. O poeta se utiliza do formato simbolista para ir além, utilizando um vocabulário químico e mórbido bastante próprio de Augusto dos Anjos. [E] Nenhum dos traços próprios da poesia de Augusto dos Anjos foi utilizado pelos poetas e artistas de 1922.
Questão 12
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO C
RESOLUÇÃO
O poeta Gregório de Matos escreveu muitos poemas denunciando a corrupção e a injustiça da sociedade baiana e colonial da época. A população era composta de muitos negros escravos e brancos pobres que em sua maioria conviviam com pouquíssimas famílias influentes e ricas vindas de Portugal que dominavam a colônia que crescia à custa de muita exploração humana. Depois de infernizar essa elite escravagista com seus versos, quando mais velho Gregório se volta ao catolicismo. Este poema é desta fase, neste, especificamente, faz um paralelo entre a sociedade baiana que não melhorava por conta de seus governantes ao faraó do Egito do velho testamento.
Questão 13
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO B
RESOLUÇÃO
Das mais nobres e raras marcas da linguagem machadiana é a sutileza, a ironia descrita por sugestões, em geral, atitudes condenáveis moralmente, mas descritas com polidez, ainda que sórdidas, como a de torturar escravos, martiriza-los enquanto os contrabandeava em navios, aquela época, prática já proibida.
Questão 14
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO E
RESOLUÇÃO
O eu lírico, em uma manhã serena e ambiente confortável, divaga sobre o elemento que usará para adoçar seu café. Melancolicamente, percebe que o açúcar, branco e doce, contrasta com a realidade "escura" e "amarga" de quem o produziu. A pureza do açúcar contrapõe-se à exploração do trabalhador, sujeito a condições de vida miseráveis ("Onde não há hospital,/Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome/Aos 27 anos/Plantaram e colheram a cana/Que viraria açúcar").
Questão 15
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO D
RESOLUÇÃO
A multiplicidade de sensações faz com que o eu-lírico se sinta "estranho" em um jogo de contrastes que o confunde à própria paisagem ("meu coração arlequinal", "as primaveras de sarcasmo"), provocando-lhe o conflito existencial de não saber definir exatamente quem é. O verso "Sou um tupi tangendo um alaúde" transmite a harmonia da síntese, pois expressa a consciência da miscigenação do primitivo e do civilizado na formação da sua própria identidade. A opção [D] transcreve corretamente a proposta do Modernismo brasileiro de 22, alicerçada nos princípios estéticos do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade e expressa, também e amplamente, na obra de Mário de Andrade.
Questão 16
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO A
RESOLUÇÃO
O terceiro parágrafo coloca em evidência os objetivos de Aristarco como mantenedor do colégio Ateneu. As estratégias usadas para promover o estabelecimento limitavam-se a distribuir abundante propaganda e a embelezar o edifício, como as de qualquer comerciante que pretende atrair comprador para a sua mercadoria. Além do mais, percebe-se que Aristarco se promove indevidamente como pedagogo, ao colocar o seu nome em livros que, na verdade, haviam sido escritos por outros professores. Assim, é correta a opção [A], pois o narrador coloca em evidência a ideologia mercantil da educação, repercutida nas vaidades pessoais de Aristarco.
Questão 17
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO D
RESOLUÇÃO
No poema "A garrafa", o eu lírico trata da forma do fazer poético, aponta para a angústia de se encaixar" a poesia em fôrmas e formas, como métrica, rima ou disposição do verso em estrofes regulares. A interlocução do eu poético com a garrafa expressa a lição de comedimento angustiante, mas necessário, para amadurecer as sensações que se atropelam caoticamente no mais profundo do seu ser, até irromperem e atingirem a forma ideal. O último verso sugere a libertação da palavra, "explosão de diamantes", que "escapa" da prisão e se transforma definitivamente em poesia. Assim, é correta a opção [D].
Questão 18
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO A
RESOLUÇÃO
No poema metalinguístico de João Cabral de Melo Neto, transparece a intenção de associar o fazer poético à arte de ressignificar as palavras, atribuindo-lhes novos sentidos. O termo "flor", associado a "salto / da ave para o voo” e a "jarra de flores" distancia-se do valor denotativo que lhe é atribuído normalmente. Assim, é correta a opção [A].
Questão 19
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO D
RESOLUÇÃO
As descrições de ambiente predominam nos textos l e ll, permitindo ao leitor perceber a exclusão social de que são vítimas os personagens. No texto I, os meninos de "Capitães da Areia", que "a noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte". No texto II, os bêbados, que dormem "nos fundos do mercado de peixe", à margem do rio Belém.
Questão 20
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO C
RESOLUÇÃO
Os versos do poema "corto as palavras rentes/ com tesoura de jardim/ cega e bruta" deixam dará a opção do poeta em produzir textos que excluam o supérfluo. Este supérfluo é definido ao longo do poema ("figuras sem força de expressão", "conectivos", "palavras rentes"), sem, contudo, descuidar do que deve ficar implícito nessas elipses. Assim, é correta a opção [C].
Questão 21
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO D
RESOLUÇÃO
Na imagem que reproduz a obra de Francis Bacon, estão representadas as metamorfoses de um rosto ferido ou deformado, representativo do nível de angústia psicológica reveladora do questionamento existencial do autor. No texto de Margarite Duras, o personagem narrador parte de uma observação sobre o rosto marcado pelas rugas para refletir sobre a destruição que se operou nele. Ou seja, os dois autorretratos afastam-se das formas clássicas de reprodução objetiva da realidade e apontam para o modo de representação da subjetividade moderna, amplamente analisada à luz das teorias psicanalíticas de Freud. A menção aos contextos sociais e políticos das tragédias humanas que assolaram o século XX também valida a opção [B].
Questão 22
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO A
RESOLUÇÃO
O excerto, predominantemente metalinguístico, expõe o fazer literário da narrativa em que o autor deve deixar implícitas as características do personagem para que o leitor as desvende no decorrer da ação ("par de lunetas para que o leitor do livro penetre o que for menos claro ou totalmente escuro"). Assim, é correta a opção [A].
Questão 23
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO B
RESOLUÇÃO
No excerto da crônica de Vinicius de Moraes, o amor à pátria não reflete as concepções ufanistas dos escritores românticos. Esse sentimento expressa-se através da memória, nas imagens que saem das vivências da infância e são interpretadas subjetivamente pelo narrador. Assim, é correta a opção [B].
Questão 24
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO C
RESOLUÇÃO
O excerto revela duas características de Silmara: a beleza e a soberba. O fato de se saber bonita leva-a a pensar que isso seria suficiente para lhe garantir sorte na vida e no amor e, portanto, um destino diferente do das suas colegas. Esse tipo de ilusão é explorado nos contos de fada em que aparecem elementos pertencentes a um mundo imaginário e maravilhoso, não correspondente à realidade em que vive a maioria das pessoas. Assim, é correta a opção [C].
Questão 25
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO A
RESOLUÇÃO
É correta a opção [A], pois, no poema "O mundo revivido", o eu lírico relembra paisagens, espaços e familiares a que se sente ligado afetivamente, descrevendo-as subjetivamente.
Questão 26
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO B
RESOLUÇÃO
Ao afirmar que "Camões e outros iguais não bastaram para nos dar uma herança de língua já feita', a autora confere à língua portuguesa um estatuto patrimonial, ou seja, considera-a parte integrante do conjunto dos bens materiais e imateriais que constituem herança coletiva e são transmitidos de geração a geração. Ao mesmo tempo, afirma que esse legado seria insuficiente não fosse a renovação constante a que está sujeito pelos usuários da língua. Assim, é correta a opção [B].
Questão 27
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO D
RESOLUÇÃO
O título do poema alude a Narciso, figura mitológica que, encantado pela sua própria beleza refletida na água da lagoa, definha e morre, podendo ser entendido como o símbolo da vaidade e do individualismo. "Contranarciso seria, dessa forma, a inversão do mito, a expressão da necessidade do eu lírico de "beber” em outros lagos, incapaz de desfrutar plenamente de seu próprio eu sem a ajuda de outros. Assim, é correta a opção [D].
Questão 28
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO C
RESOLUÇÃO
A função metalinguística é predominante no texto de Manuel Bandeira, “Itinerário de Pasárgada”, uma vez que utiliza-se do próprio poema para explicá-lo, evidenciando, portanto, o foco da comunicação no código.
Questão 29
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO B
RESOLUÇÃO
Como afirmado pelo narrador, pai e filho apresentavam comportamentos muito similares (“De tão parecidos, pai e filho combinaram direito”), o que é confirmado pela personagem dona Aparecida com o ditado “Quem herda, não rouba”, que ratifica o fato de o filho ter herdado características do pai.
Questão 30
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO E
RESOLUÇÃO
Para convencer os trabalhadores a não abandonarem os postos de trabalho, um dos representantes do empregador utiliza, como última tentativa de convencimento, o apelo ao patriotismo. Isso porque, como pode ser constatado no último período do texto, o engenheiro afirma que as companhias estavam trabalhando naquela ponte por uma “questão de honra”, já que ela representaria algum tipo de “orgulho nacional”. Então, por extensão, os trabalhadores também estariam prestando um serviço à pátria.
Questão 31
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO D
RESOLUÇÃO
A parte do texto “Mindset, empoderamento, millennials, networking, coworking, deal, business, deadline, salesman com perfil hunter… tudo isso faz parte do seu vocabulário” e o destaque às demais referências a termos bastante associados ao “empreendedor de palco”, principalmente emprestados da língua inglesa, comprovam a alternativa “D”.
Questão 32
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO C
RESOLUÇÃO
O gênero ladainha possui característica injuntiva, a partir da sequência de verbos no imperativo (“Vamos pedir”/ “Lhes dê”), visto que chama o interlocutor para a participação na interpelação ao Senhor.
Questão 33
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO B
RESOLUÇÃO
Linguisticamente, percebe-se a manifestação da oralidade no texto escrito, o que fica exemplificado pelos termos “cantador”, “amô”, “querê”, “prá”. Com isso, o texto se apropria de expressões populares (que não são, necessariamente, regionais) do português.
Questão 34
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO E
RESOLUÇÃO
O personagem tem um conflito em relação à composição do gênero maxixe por causa da valorização da música clássica na sociedade brasileira da época.
Questão 35
GABARITO E RESOLUÇÃO
GABARITO D
RESOLUÇÃO
No texto de Manuel de Barros há uma valorização de variantes populares, uma vez que o eu-lírico propõe ao filólogo Aurélio Buarque de Holanda que registre em seu dicionário as proposições mencionadas no texto, pois o povo já registrou, ou seja, já utilizam aquelas expressões “estar na draga”, “viver na draga por estar sem dinheiro”, “viver na miséria” no cotidiano.